A Retina na Terceira Idade
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Confira agora a entrevista que a Dra. Marina Roizenblatt deu ao Portal da Trevoo sobre “A Retina na Terceira Idade”.
A população mundial tem envelhecido e desacelerado o seu crescimento em número de indivíduos. Tal fenômeno pode ser explicado pela maior expectativa de vida que alcançamos hoje graças aos constantes avanços da medicina e da ciência, associados às menores taxas de fertilidade. Segundo dados da Organização das Nações Unidas de 2019, o segmento populacional constituído de pessoas acima de 65 anos é atualmente a fatia da população que mais cresce, superando até mesmo a camada da pirâmide formada pelas crianças de cinco anos. Como era de se esperar, o referido envelhecimento trouxe novos desafios para a medicina, em termos de compreensão das mudanças do corpo inerentes ao avançar da idade, tratamento de doenças características da 3ª idade e, principalmente, estratégias de prevenção para se evitar o adoecimento dos idosos.
Tal fenômeno do envelhecimento populacional é evidente em diversas áreas da medicina, incluindo a oftalmologia, em especial a subárea da especialidade que estuda as doenças da retina. E aqui vai um exemplo clássico: a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é considerada hoje a principal causa de cegueira na população acima de 50 anos nos países desenvolvidos.
Trata-se de uma degeneração adquirida na parte central da retina, definida como a parte do olho responsável por transformar os sinais luminosos captados em sinais elétricos, para serem então posteriormente interpretados pelo cérebro. Por definição, a DMRI é uma patologia relacionada ao envelhecimento das células que compõem a mácula e, em geral, os pacientes com esta condição referem não enxergar bem na parte central do seu campo visual.
Sabe-se que manter uma dieta saudável, evitar doenças como a hipertensão arterial sistêmica e a obesidade ou usar óculos escuros em ambientes ensolarados pode evitar o aparecimento da DMRI.
Entretanto, a dica de ouro é manter uma rotina de visitas periódicas ao
oftalmologista, de modo que o paciente seja submetido ao exame de mapeamento de retina pelo menos uma vez por ano. Só assim será possível o diagnóstico precoce do aparecimento de uma eventual DMRI, de modo a evitar, ou pelos menos minimizar, os impactos da doença na qualidade visual.
Outras doenças da retina são a retinopatia diabética e a retinopatia hipertensiva que valem citação também dado o aumento de sua prevalência com a idade. Diabetes e hipertensão estão entre as doenças mais comuns nos
países desenvolvidos e sabe-se que a frequência das duas condições aumenta com a idade.
Ambas comprometem o funcionamento normal dos vasos sanguíneos da retina, causando deformidades, extravasamento de líquido e hemorragias. E isso é um reflexo do que está acontecendo nos vasos sanguíneos nos demais órgãos do corpo daquele paciente, como no coração, rins e cérebro.
As retinopatias, tanto a diabética como a hipertensiva, se instalam devagar e por muitas vezes não há sintomas no início. Entretanto, o embaçamento e a diminuição da acuidade visual se tornam frequentes após anos de descontrole da doença de base. Então, a prevenção e as visitas regulares ao médico responsável pelo controle do diabetes e da hipertensão são a chave do sucesso.
Em suma, um envelhecimento com manutenção da qualidade de vida requer cuidados adicionais com a saúde, e a ocular não foge a esta regra. Neste contexto, a retina é um tecido nobre com o qual deve-se redobrar as atenções na 3ª idade, com visitas regulares a um oftalmologista capacitado para realizar um exame ocular completo. Afinal de contas, ter uma boa visão é fundamental para que se desfrute com qualidade da tão esperada “melhor idade”.